Meu ex-pantano

Desviaram nosso “Xico”

Contrariando a natureza

Estão matando nosso rio

Coisa de rara beleza

Falo da ponte de ferro

Bonita por excelência

Estão deixando ela acabar

Por falta de competência

As águas do velho “Xico”

Falam em revitalizar

Mas isto é uma ação

Difícil de acreditar

E o nosso rio desce

Vem recebendo homenagem

Em Iguatama tem carranca

Em Lagoa tem imagem

Pois os nossos governantes

Falam em transposição

Ferindo o velho “Xico”

O rio da integração

Nosso rio São Francisco

Leva suas águas pro mar

E o mar vive chorando

Por Minas não banhar

Nosso rio São Francisco

Pelo país se alastra

Porque ele nasce em Minas

Na Serra da Canastra

E olha o velho “Xico”

Desce com águas mansinhas

Também ele abastece

As populações ribeirinhas

Minha terra altaneira

Onde canta o sabiá

Que pena secarem as lagoas

Para canaviais formar

Secaram o Jacaré

E também o rio Santana

E secaram o brejão

Olhem só, para plantar cana

O latifúndio persiste sempre

Em desmatar

Deixando sem moradia

O tatu e o lobo guará

Hoje em nosso município

A falta dela se sente

Pois nossa lagoa verde

Está escura e doente

Também a lagoa feia

Que pelo rio é banhada

O nome é ironia

Pois de feia não tem nada

Nosso cartão postal

Que é Lagoa da Prata

Se nós não cuidarmos dela

Vira só lixo e lata

O parque dos Buritis

Ex-açude do senhor Zezinho

Hoje lá só tem lixo

E fábrica de tijolinho.

Otaviano Luinha
Enviado por Otaviano Luinha em 05/06/2008
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