Meu ex-pantano
Desviaram nosso “Xico”
Contrariando a natureza
Estão matando nosso rio
Coisa de rara beleza
Falo da ponte de ferro
Bonita por excelência
Estão deixando ela acabar
Por falta de competência
As águas do velho “Xico”
Falam em revitalizar
Mas isto é uma ação
Difícil de acreditar
E o nosso rio desce
Vem recebendo homenagem
Em Iguatama tem carranca
Em Lagoa tem imagem
Pois os nossos governantes
Falam em transposição
Ferindo o velho “Xico”
O rio da integração
Nosso rio São Francisco
Leva suas águas pro mar
E o mar vive chorando
Por Minas não banhar
Nosso rio São Francisco
Pelo país se alastra
Porque ele nasce em Minas
Na Serra da Canastra
E olha o velho “Xico”
Desce com águas mansinhas
Também ele abastece
As populações ribeirinhas
Minha terra altaneira
Onde canta o sabiá
Que pena secarem as lagoas
Para canaviais formar
Secaram o Jacaré
E também o rio Santana
E secaram o brejão
Olhem só, para plantar cana
O latifúndio persiste sempre
Em desmatar
Deixando sem moradia
O tatu e o lobo guará
Hoje em nosso município
A falta dela se sente
Pois nossa lagoa verde
Está escura e doente
Também a lagoa feia
Que pelo rio é banhada
O nome é ironia
Pois de feia não tem nada
Nosso cartão postal
Que é Lagoa da Prata
Se nós não cuidarmos dela
Vira só lixo e lata
O parque dos Buritis
Ex-açude do senhor Zezinho
Hoje lá só tem lixo
E fábrica de tijolinho.