GOTAS DE VIDA
Tenho pena do pássaro
Domesticado pela cegueira
Que agora anda devagarinho
Dói saber que seu filhote
Morreu por falta de comida
Esquecido em algum ninho
Contenta-me ver a florzinha
Protegida deste mundo
Por um exercito de espinhos
Dá-me certa ternura
Uma velha coroa de flor
Na cruz encardida do caminho,
No túmulo do recém nascido
Gotas de orvalho ao sol
Brilhavam como dois olhinhos!
Uma lágrima furtiva veio
Sem que tivesse controle
Disfarcei, limpei rapidinho.