Morna suspira a brisa
Morna suspira a brisa nesses outeiros
Vem trazer ao doce descansar promessas
Entrelaçadas ao suspiro cântico das lembranças
Fervorosas outrora, hoje esvaecidas em vago gozo.
Mas além aguardamos gráceis flores murmurosas
O vento as comove e as pétalas inspiram encantos
Até, ao rumor ancestral da cachoeira
Podeis entrelaçar-vos aos primitivos ritos
O sol e a lua relogiam os tempos propícios
Nestes seios de verdor caminhos não se negam
Quais bocas de amor em corações de mulher
São sempre propícios aos apaixonados encantos
E aos cantos que a efusão esculpe nos mundos
Após nessa espessura dormirás grato ou pasmo
Apaziguado das volúpias ou das liras
Ungido da parte que a ti escolheste
Que a lama te reserva e te oferece a terra.
O pequeno mundo dos homens aos céus naturais
De pouco em pouco a espaços se assemelha
Moram em seu seio insânias, vinganças e perfídias,
Pequenas ou grandes, de cegos rancores geradas
Que em nada cabem dos campos no sublime poema.
A natureza do ideal supremo pobre emblema
Ensina aos entes amores que nela sabem ler
Em sua perfeição a solução do humano problema
E os insuperáveis idílios do esculpido prazer.
11/06/2001