PASSOS...

Por que das estranhas pernas que eu acompanho

Só as tuas nuas não me restam mutuárias?

É que se durmo ouvindo aqueles passos que retornam da noite,

Acabo os seguindo como nos velhos desejos desaparecidos pra tuas calças.

É nessa noite que me ausento

Para levantar as saias dos meus sonhos...

De todo esse tempo imoral,

Sempre acompanhando tuas passagens.

Tu que foste quase em falso,

Mas, foi altiva em teu salto,

Erguendo-se, em mim,

Como teu solado

pro céu escuro.

Jamais me deixe, nessa vertigem de morte,

nos passos quando não mais os sinto...

Entorte, pise, mas, não caia então...

Porque é lá mesmo naquele chão

Que de hoje em diante

e toda hora eu vivo.