Lamento do desamor

O que mais me dói agora

É ver esse infinito amor, findado

É não cruzar teu olhar de outrora

Agora, que me conjugas passado.

( perdido, posto, finado)

O que mais me dói agora:

Da garganta, por um nó te prendo

Do corpo, por mil poros me escapas

Agora a vida, insone, se evapora.

( meu sonho, o teu devora)

Receio que o que mais me dói agora

É perceber que na madrugada fria

Só teu nome servirá de companhia

Agora, que a saudade por ti implora.

No fundo, sinto que o que mais dói agora

É pressentir as propostas sem propósito

Consentir na espera que desespera

Agora, que sei que a paz inda demora.

O sonho acabou, te pergunto ciente:

Como sufocar meu amor que te adora?

Peço que esclareças antes de ir embora

A mim, que só sei te conjugar presente.

Maria Paula Alvim
Enviado por Maria Paula Alvim em 20/05/2008
Reeditado em 27/06/2008
Código do texto: T998065
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