Lamento do desamor
O que mais me dói agora
É ver esse infinito amor, findado
É não cruzar teu olhar de outrora
Agora, que me conjugas passado.
( perdido, posto, finado)
O que mais me dói agora:
Da garganta, por um nó te prendo
Do corpo, por mil poros me escapas
Agora a vida, insone, se evapora.
( meu sonho, o teu devora)
Receio que o que mais me dói agora
É perceber que na madrugada fria
Só teu nome servirá de companhia
Agora, que a saudade por ti implora.
No fundo, sinto que o que mais dói agora
É pressentir as propostas sem propósito
Consentir na espera que desespera
Agora, que sei que a paz inda demora.
O sonho acabou, te pergunto ciente:
Como sufocar meu amor que te adora?
Peço que esclareças antes de ir embora
A mim, que só sei te conjugar presente.