Passos nus - Aisha
Em qual momento tirei os sapatos
deixando os passos inquietos no frio que traz o vento...
Um pensamento refeito ou outra forma de vida qualquer,
riso e lamento, desenhos em relevo salientando o mar que
destemido e invasor possui as areias que marcam seu tempo.
Viria o destino pela estrada em solo gemido
guardando no seio o prumo que equilibra o bem e o mal,
assim estaria o menino sentado a margem do sonhado caminho
mostrando nas mãos o ouro tingido pelo sangue dos que se foram,
rei maltrapilho ainda ditando as regras esquecidas pelo próprio funeral.
Volta e vê, sonha e crê, marca o nome na lápide que traz o passo,
amanhece na morte que anuncia vida, inexistência do absolutismo
otimizado pelo grito abstruso que guarda em si o falso poder de ser,
perfaz a guerra pela camuflada voz que soa suave em nome da paz,
na mentira se mantém em ereta hipocrisia, aleivoso existencialismo.