Canto sem cor - Aisha
Adornadas estrelas desenham
um céu que nunca sonhei,
ímpar sem par no breu onde
em insanos medos escondeu.
Envolta em muralhas, entresilhada,
capturada ave em seu vôo
na primitiva rasante que brinda
a suposta liberdade do eu.
Desfazendo-se em parafina,
vai a menina correndo atrás de si só,
por onde andarão os deuses
se seus adeuses não fizeram ouvir?
Percorre abatida sua sina,
nada mais há além de memória e pó
e a cotovia que canta a reclusa agonia
no espírito que tenta brunir.
Pretere ao passado suportando
um presente sem futuro ou dó,
rescindi a imagem desdenhada por
outros espelhos que não os seus.
Sabe-se sóbria na loucura prenha
de alguma completa embriagues
enquanto corre a menina sua sina,
de memória e pó, só, sempre só...