O AZUL E O SILÊNCIO
A vida é o silêncio
Explodindo na compacta realidade
Que nos deixa sem ânimo
Para saber o que nos resta
Além desse silêncio
Por que tem que ser assim?
As perguntas são inúteis
Assim como todas as respostas
As concepções não nos dizem nada
E ainda deixam um travo de amargura
Naqueles que acreditam que a vida
Não existe sem essas concepções
Agonia, a vida se decompondo
Nessa selvageria urbana
Mas , tudo é vão
Perseverar no erro é a mesma coisa
Que nos faz entrar e sair do inferno
Ninguém sabe que sentença será dada
Quando a palavra for transmitida
Quando a solidão significar
Um sentido único para todos
A vida talvez não fosse bela
Sem esse roteiro trágico
Que as nossas cabeças jamais imaginariam
A vida prossegue
E nosso toten é a voracidade
Das máquinas plagiando o homem
Triste paisagem que se incorpora à vida
Corpos despedaçados
Seres anulados pela única realidade
Que paira sobre todos os homens
E, para esses,
Só resta o azul sobre as suas cabeças
Ou o silêncio.