Sem graça
Já tanto morri
pelas - minhas e dos outros -
mãos da vida
e ainda ressurjo
num constante, preciso,
rodopio da ampulheta.
Não é minha essa areia,
essa sombra.
Nem capta
minha audição de maestro
o tiquetaquear desse relógio
crônico
que crava em mim
as garras do tempo.
Hoje Fabiano...;
Thomas...;
Heinrich...?!
Qual dos chamados
tem meu nome?
E qual a graça
de um sem nome?
Qual a graça
de um sem graça,
se no tempo,
não autografa
areias que ventos
e ondas apagam?