QUERO VER TEU ROSTO!

Vim... Um dia irei?...

Voltarei?...

Por remanso tranqüilo minha alma anseia...

Mas sonha também com paixões delirantes

Que saciem, acalmem, consumam o amor

(Consumam-se no amor...)

E como Fênix lendária, se ressurja,

Com mais beleza, mais paixão e calor...

E das cinzas saia-se purificado

Pois é puro quem vive e conheceu o Amor...

Vim...

– Irei sozinha pela mesma estrada

Que me trouxe de longe para cá?...

– Não irei a mesma: eu vim Esperança,

Se hoje me for, serei a Solidão...

Conheci a luz e a luz cegou-me!

Vago sem rumo nesta escuridão!...

Meus pés pisados pelas pedras do caminho

E ensangüentadas, de sofrer, as minhas mãos...

Não tenho lágrimas... Mas tenho ouvidos

Que ouviram música de os lábios teus...

Tenho momentos jamais esquecidos

Tenho segredos: são apenas meus!...

Irei, talvez... Fechaste a tua porta,

Sem abrigo estou nesta noite morta,

Mas as lembranças levarei comigo

(E o teu orgulho só, ficará contigo...)

Um dia, quem sabe, na curva de um caminho

Eu te verei... tu me verás... E então...

Te surpreenderei com o meu carinho?...

Me surpreenderei com a ingratidão?...

Não sei: seremos, talvez dois estanhos...

Ou talvez o amor renasça com o fogo da paixão!...

... Talvez te olhem dois olhos castanhos

E não te vejam: foste uma ilusão!...

Máscara: o que encobres neste rosto

Que um dia foi, por mim, amado tanto?

Há rosto? De tantos rostos, sobreposto,

Ainda resta um rosto, uma identificação?

O futuro reserva flores e espinhos...

O que semeia, vai colher à mão...

Tu te contentaste com tão pouco

Mas solapaste vida e minha visão...

– E eu te afirmo, na curva de uma estrada,

Qualquer uma, perdida, que vai... ou vem...

Eu só te reconhecerei se não tiveres máscaras

Ou se te apresentares com a única que amei...

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ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 17/05/2008
Reeditado em 17/05/2008
Código do texto: T993305
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