Velha Amiga
VELHA AMIGA
Adolpho J. Machado
Ruas, praças e recantos;
Percorrendo vou, e, a sonhar
Procuro em vão velha amiga;
Com todos aqueles encantos
Que hoje à memória me vêm
Mas apesar da solicitude
De pássaros que cantam
Em frondosas árvores
Ela não aparece
Trata-se da minha juventude!
E, um sorriso triste que,
já violenta rugas de lábios frouxos,
à guisa de chave, descerra
a lousa que, num tempo distante,
inumou restos de sonhos oprimidos,
para lembrar apenas,
boêmias madrugadas!