EMOCIONAL
Pressionadas andam minhas letras,
condicionadas a desagrados que não me pertencem,
vigiadas por falsos ciúmes, inveja ou egoísmo,
fadadas à condenação por absolverem o lirismo.
E por tanto, aos poucos, desisto da escrita,
poeta nenhum suportaria tal castração...
Seria possível manter o oceano
dentro de uma garrafa?
Rotulá-la e guardar-lhe a essência
em alguma estante empoeirada?
Rompo com as frustrações alheias
e chego à seguinte conclusão:
não escreverei mais nada.