CASTIGO

Não serei eu o último pelas esquinas

A contestar doutrinas em nome do bendito

Não serei eu mais um desgraçado

A ser engessado por temer o castigo

De falsos inimigos vindo do além...

Não pagarei por esta passagem

Por esta miragem...

Não tenho um vintém!

Não! Não serei eu o último a gritar

Aos ditosos doutos com seu esplendor

Vestidos de toga e andando na moda

Distribuindo a sobra e assim ser louvado

E os gentis amados sucumbindo em vão

Idolatrando doutos em ouro envoltos

Em dúbias verdades e a humanidade

Mendigando um pão!...

Há de haver mesmo um castigo

Para doutos ilustres com ouro e lustre...

Há! Há de haver mesmo o inferno

Mas não para o povo em busca de luz

Mas para doutos e sábios

Que apontam o norte

Que brincam com a sorte

E que nos conduz!

Fim.