Perdão
Perdoas-me por olhar-te e desejar-te.
Perdoas-me por querer tocar-te.
Perdoas-me por sonhar-te nua nos meus braços,
Vivendo doces loucuras de amor.
Perdoas-me porque na minha imaginação
Acaricio-te e, com avidez,
Sugo os teus peitos,
Romãs gostosas, deleite singular.
Perdoas-me porque, encantado, em pensamento,
Sinto o teu hálito a percorrer-me o corpo,
Sinto os teus lábios fazerem-me arrepiar,
Ao tocarem sôfrega e suavemente a minha pele.
Perdoas-me por penetrar-te no âmago da minha imaginação,
Sentindo e ouvindo os teus desvarios no arfar do teu orgasmo.
Perdoas-me por escrever-te esta canção poética ousada,
Símbolo deste desejo expresso, desatino meu.
Perdoas-me pela consciência de sabê-lo (o desejo)
Quase impossível de realizar-se.
Perdoas-me. Mas,- se achares desnecessário perdoar-me,
Deixa-me amar-te não só no meu imaginário.