UM QUADRO (PARA ALÉM DOS SÉCULOS)
restam livros amargurados
tua única abundância
ofensas antigas encobrem teu rosto
glaucoma véu taciturno
farol apagado
fuzilando teus olhos
cansaço
lento
leve
movimenta a cadeira antiga
preparam-te
- é tão decadente o teu país -
tua voz inédita espelhada entre quatro paredes
o silêncio empurra o escuro
o mundo todo dentro de ti
na casa que não é tua morrerás
amanhã
de
manhã
te
encontrarão
depois
olhar distante para sempre perdido
para além dos séculos
quando acordares já terão dissipado tua riqueza
- é tão decadente o teu país -
mas que ferida indignada
espada interceptando luz
recortações em pó
feitas de fel
restam livros amargurados
tua única abundância
ofensas antigas encobrem teu rosto
glaucoma véu taciturno
farol apagado
fuzilando teus olhos
cansaço
lento
leve
movimenta a cadeira antiga
preparam-te
- é tão decadente o teu país -
tua voz inédita espelhada entre quatro paredes
o silêncio empurra o escuro
o mundo todo dentro de ti
na casa que não é tua morrerás
amanhã
de
manhã
te
encontrarão
depois
olhar distante para sempre perdido
para além dos séculos
quando acordares já terão dissipado tua riqueza
- é tão decadente o teu país -
mas que ferida indignada
espada interceptando luz
recortações em pó
feitas de fel