O Druida
O Druida
Sob a terra que amas
As raizes encravadas o prendem
Há lar, há vontade,
Mas ainda assim não há tempo.
Somente os animais são tua companhia
Somente as plantas abrigam teus segredos,
Sobre o verde de teus olhos
Um mar bravio e introspectivo...
Uma chuva cái serena do céu
Uma chuva cai desamparada do olhar,
Aquele fundo vitreo indeciso
De quem não sabe por que lutar.
Na Tranquila briza que arde
Os gestos sutis que encantam
As tais ditas bestas anciães...
Um sussurro lascivo em plena tarde.
Não há solidão que tamanho silêncio expresse
Não existe fé que levante tal prece,
Este apelo solitário e verdejante
O anseio de paz do druida suspirante;
Porém peço-te Druida,
Não deixai tua sabedoria envelhecer tua mente
Não deixai teus temores endurecer-te o coração,
Não deixai tua vida sem rédeas ao fim como direção.
* Poema dedicado à Arthur Colloni, sempre amigo e ilustre desenhista.
"Uma vez o lobo disse ao druida: Nunca desista".
"Uma vez o lobo disse ao druida: Eu nunca vou desistir".