Mãe é todo o verbo Amar

Tenho a vida parada

Suspendi hoje o meu tempo.

Sou sonho e madrugada;

Sou também a alvorada,

Sou a sombra que há no vento.

Tenho na alma a quimera

De um respirar cadente…

Sou o silêncio da espera,

Sou o círculo não a esfera,

Sou o minuto presente.

Na calma já desejada

Escuto o som da despedida…

Sou a luz quase apagada,

Sou como a lua gelada,

Sou ave no céu caída.

Minha alma sente o bater

Dum coração que se esvai…

Sou memória a percorrer,

Sou raiz que vai romper,

Sou a chuva quando cai.

Ouço o eco repetindo

E o silêncio a murmurar…

Sou o espaço se abrindo,

Sou uma estrela surgindo,

Sou manhã a despertar.

No espaço que me separa

Do corpo em que vivi…

Sou a ferida que não sara,

Sou o grito que dispara,

Sou a dor que não esqueci.

E quando o fio se quebrar

E minha alma desprender…

Mãe é todo o verbo Amar,

Mãe tem no céu um lugar,

Mãe nunca pode morrer!

EvaLuna
Enviado por EvaLuna em 13/05/2008
Código do texto: T987314