Vivo.

Vivo à pura sorte

Tentando ser sempre forte

Buscando um rumo, um norte.

Um lugar no qual aporte,

Quem sabe um bordel no Pólo Norte?

Com pessoas que me suporte

Talvez uma fêmea que me conforte

Numa viagem sem passaporte

Ida sem volta num galope

Ilegalmente, no calote.

Engabelar, passar um trote,

Reconhecer valores, um dote,

Valsar a luz da lua ao som de um xote

Ou ouvir um frevo por Pavarotti

Devaneio, utopia, pinote.

Curiosidade tão qual num decote

Espero um vento, um carro-forte,

Que me carregue, que me deporte.