Relação Psicodélica

Relação Psicodélica

Tô acordando de ontem

Com a cara toda amarrada

Nas mãos,

um cheiro de mulher;

no chão...

a roupa espalhada.

Que estranha sensção

Se foi sonho

Ou fantasia.

Dormiu comigo a noite

Acordou comigo

Agonia.

Onde estás?

Onde foi para negra aparição?

Alucinação!

Levaste meu êxtase contigo

E me jogaste ao chão.

Aranha, verme, animal, mulher...

Teceu tua própria sombra,

Senti o prazer no corpo

N´alma nada.

Porque zombas?

Fugistes do meu afago...

Deixaste um gesto vago,

Não um prazer imponente.

Impotente?!!!!!

Impotente

Não foi meu membro contraido

A deleitar-se

sobre teu corpo fremente.

Impotente foste tu fugindo

Do próprio corpo

Calor ardente...

Como a dizer que a solidão

te satisfaz,

te completa, num corpo ausente.

Sozinha satisfaz o ego,

Ego que o corpo não sente...

Vá sozinha e esfregue o corpo

Nas ilusões de tua mente.

Masturbação do meu pensar

Que veio junto com anoite

Senti teu cheiro no ar

No mar

E no horizonte.

Calor queimando meu corpo,

Que te procurou na esuridão...

Roçando nariz ao vento

Que te traz...

Alucinação.

Alucinou minha mente,

Até a noite clarear

Procurei teu corpo ausente

Para poder te amar...

Porém já saíste do quarto

Do corpo...

Da mente.

E teu cheiro?

Teu cheiro se perdeu no ar.

Didracus O´Alien

1981

Rodrigo Di Freitas
Enviado por Rodrigo Di Freitas em 12/05/2008
Reeditado em 12/05/2008
Código do texto: T985909