Alma vadia
Olho o dia lá fora,
final de outono, inverno chegando.
Eu, sozinho, te amando
Esperando quem sabe
que o telefone acabe
com essa solidão.
Mas não!
Já não há o que faça
o meu dia ter graça.
Estou longe de tí.
E a culpa que trago
desse amor que estrago
esteve comigo no outono,
e estará no inverno
me roubando o sono.
Ah, mulher, que deixei ao partir
já não posso sorrir
sem lembrar do que fiz.
e sou eu quem te diz:
já nem sei quem sou
quase nada sobrou
de um homem feliz.
Cabisbaixo e triste
esse homem insiste
em fugir do amor,
procurando uma dor
que não sabe conter.
Poderia morrer
que a dor ficaria
nessa alma vadia
que não soube viver.