os pingos no vidro

os pingos no vidro

da agua fulmegante

não escondiam

os movimentos dos amantes

na luta sem treguas

dos braços

dos abraços

disputando espaços

nos corpos molhados

nos afagos

olhos fechados

gemidos

sussurros

gritos

voz calada

abafada

a prisão da boca

por outra boca encontrada

mãos percorridas

invadindo ruas

cidades

invadindo um país

dominando

penetrando

becos escuros

úmidos

sem saida

entre quatro paredes

a sêde

concede uma chance

e os dois amantes

se entregam

num final de sexo de amor

e o gozo dos dois

num só

se faz

em paz

corpos doídos

condecendentes

se deixam soltos

complacentes

ainda ardentes

se fecha o chuveiro

e a agua cessa

mas o amor ainda existe

e um beijo inerente

se dá sem pressa

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 11/05/2008
Código do texto: T985201