os pingos no vidro
os pingos no vidro
da agua fulmegante
não escondiam
os movimentos dos amantes
na luta sem treguas
dos braços
dos abraços
disputando espaços
nos corpos molhados
nos afagos
olhos fechados
gemidos
sussurros
gritos
voz calada
abafada
a prisão da boca
por outra boca encontrada
mãos percorridas
invadindo ruas
cidades
invadindo um país
dominando
penetrando
becos escuros
úmidos
sem saida
entre quatro paredes
a sêde
concede uma chance
e os dois amantes
se entregam
num final de sexo de amor
e o gozo dos dois
num só
se faz
em paz
corpos doídos
condecendentes
se deixam soltos
complacentes
ainda ardentes
se fecha o chuveiro
e a agua cessa
mas o amor ainda existe
e um beijo inerente
se dá sem pressa