ESCOLHAS
ESCOLHAS...
As nossas escolhas,
As nossa opções,
Como as fazemos?
Quem as faz?...
Na eterna,
Na incessante
Mas efémera
Busca do amor
E da paz...
Quem suscita
Quem domina
As nossas emoções?
Quem o faz?...
No emaranhado novelo
Das nossas repressões
Das nossas recordações...
No confuso enleio
Das nossas contradições
E até das nossas regressões
Quem desenleia o novelo
Quem desata o enleio?
Quem o faz?...
Escolhas...
Conscientes
Ou inconscientes,
Acertadas
Ou erradas...
Quem no-las induz?
Quem o faz?...
Cada um de nós,
Ao abrigo
Da sua porção divina,
Faz, de facto,
As suas escolhas?...
Escolhe, de facto,
Os seus caminhos?...
Se assim não é,
Como o faz?
Quem o faz?...
Não traremos todos nós
Numa memória antiga,
Muito recuada,
A planta já desenhada
Da estrutura
A que iremos obedecer,
Sem escolher...
Da construção humana
Que nos compete fazer?...
Não traremos todos nós
Embora,
Assinalado obscuramente,
O mapa do percurso,
Que sem recurso,
Temos de percorrer?...
Escolhas...
Será que as fazemos?
Será que temos tal privilégio?
Então, se sim,
Porquê tão raramente,
Tão esporadicamente,
As nossa escolhas
Fazem as convenientes
Recolhas
E atingem o desejado fim?...
Escolhas...
Opções,
Indecisões...
E, por fim, decisões!
Umas e outras
Quantas e quantas vezes
Redundando
Em tremendas decepções!...
Escolhas...
Como as fazemos?
Quem as faz?...