ESCOLHAS

ESCOLHAS...

As nossas escolhas,

As nossa opções,

Como as fazemos?

Quem as faz?...

Na eterna,

Na incessante

Mas efémera

Busca do amor

E da paz...

Quem suscita

Quem domina

As nossas emoções?

Quem o faz?...

No emaranhado novelo

Das nossas repressões

Das nossas recordações...

No confuso enleio

Das nossas contradições

E até das nossas regressões

Quem desenleia o novelo

Quem desata o enleio?

Quem o faz?...

Escolhas...

Conscientes

Ou inconscientes,

Acertadas

Ou erradas...

Quem no-las induz?

Quem o faz?...

Cada um de nós,

Ao abrigo

Da sua porção divina,

Faz, de facto,

As suas escolhas?...

Escolhe, de facto,

Os seus caminhos?...

Se assim não é,

Como o faz?

Quem o faz?...

Não traremos todos nós

Numa memória antiga,

Muito recuada,

A planta já desenhada

Da estrutura

A que iremos obedecer,

Sem escolher...

Da construção humana

Que nos compete fazer?...

Não traremos todos nós

Embora,

Assinalado obscuramente,

O mapa do percurso,

Que sem recurso,

Temos de percorrer?...

Escolhas...

Será que as fazemos?

Será que temos tal privilégio?

Então, se sim,

Porquê tão raramente,

Tão esporadicamente,

As nossa escolhas

Fazem as convenientes

Recolhas

E atingem o desejado fim?...

Escolhas...

Opções,

Indecisões...

E, por fim, decisões!

Umas e outras

Quantas e quantas vezes

Redundando

Em tremendas decepções!...

Escolhas...

Como as fazemos?

Quem as faz?...

HELENA BANDEIRA
Enviado por HELENA BANDEIRA em 13/01/2006
Código do texto: T98433