"A SAÍDA"


Chove. As lágrimas escorrem emoção contida,
misturam-se aos fatos e às águas frias...
Porque será que agora não consegue ver,
sentir, saber o que antes ela via,
pois que antes já havia?

Seu corpo geme, em febre,
sob a fria chuva e abusa
de sua incerteza, suas inverdades,
na verdade, do que não entende - e mente...
Problemas do espírito ou da mente?

Não há arte nem beleza, apenas sua carne
que grita covarde (toda em chamas frias)
a implorar clemência - essa ciência
dos homens e dos deuses, totalmente
(além da boa sorte) esquecida...

Neste dia de apatia, parada na esquina
alma quase sem vida, ela enxuga a fronte,
olhos fitos no horizonte, sua morte imagina
numa ponte mais acima.
Só o coração protesta
em penhor do amor que inda lhe resta.
....
De repente encontra, dessa vez ainda,
suas belas rimas e esquece tal saída.
Abre o guarda-chuva, acende a cigarrilha.
Quente, amiga, a fumaça arde e aquece.
Um sorriso a invade. Comovida ela suspira


- e parte.

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Silvia Regina Costa Lima
24 de março de 2008

SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 10/05/2008
Reeditado em 18/08/2010
Código do texto: T984209
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