Um teatro...
Num jardim de quimeras
movimento vivencial
se preparam moradoras
para grande festival...
Dona Rosa cor de rosa
procurou a Margarida
foi pedindo-lhe um favor,
quis trocar a cor da roupa
p'ra uma cor mais convincente,
Margarida lhe empresta
uma cor de sol nascente,
na escala da aquarela
essa Rosa cor de rosa,
hoje é Rosa amarela!
Vem correndo em disparada,
o doutor, um Cravo branco,
suplicou à Margarida
o trocar do figurino,
algo assim mais elegante,
mais soberbo, mais sutil...
Margarida lhe destina
uma casaca cor de anil!
Sai o Cravo, entra a Orquídea,
suplicando à Margarida,
quer somente um retoque
no seu brilho, na sua luz...
Margarida então espalha
purpurina em seu capuz!
A Orquídea se despede,
passo em frente entra o seguinte,
se aproxima o Hibísco
devagar acabrunhado,
vai contando à Margarida
o porque do seu pesar,
Beija-flor seu contraponto,
não chegou para ensaiar...
Margarida com Hibísco
juntamente passam o texto
com atenção e segurança...
Agitado em alarido
Manacá se põe aposto
num conjunto duas cores,
se conduz na marcação...
Margarida elogia
sua pronta evolução!
Vem tão alvo esse Lírio
sua fala recitar...
Margarida escuta atenta
acompanha a poesia!
...E assim é um desfile
no jardim da estação,
ensaiados, dirigidos,
já estão prontos p'ra ação!
Casa cheia, em silêncio,
o aviso já tocou,
a cortina já subiu
e o ato iniciou!
O teatro é um jardim,
está em cena a Primavera!