MADEIRA DE LEI

MADEIRA DE LEI

Outono,

Eu tolo,

Ao abandono,

Em meio aos tomos

De livros calados lidos-não-lidos.

O tom, o meio-tom

Do som

Da flora

Lá fora

Desflorada

No chão;

Mortas jazem as folhas

Cujas nervuras

Desenham sorrisos derradeiros;

Para mim, quase nenhum sentido...

Um hino:

Glória, Yeshu!

Livros, papéis amarelados, mofo,

O cheiro do pó, sabedorias, silêncio...

Ruídos!

Folhas brancas, amareladas,

Tagarelas:

Murmúrios de vozes

Dos sábios mortos

Em cada prateleira;

Madeira de lei...

Leiamos!

Prof.Dr.Sílvio Medeiros

Campinas, é outono de 2008.