Conto Inacabado

Caminho sobre linhas de um conto inacabado

Sobrevivendo à batalhas que não são minhas

Rodeada por espinhos que perturbam meu sono

Por fadas que revelam meu passado

Por tristes canções de cem anos de abandono

Observo alguém virar as páginas

E me sinto presa neste abismo...

Como se já não houvesse mais romantismo

Nem mesmo nos sonhos de uma menina

E eu leio meu destino

Selado em castelos onde não vivi

Eternizado em poesias que não escrevi

Como se a alma vagasse

Por longas horas de satisfação...

As pétalas caídas denunciaram o disfarce

Aqui está minha verdadeira alma

Presa entre teias de ouro tecido em rocas

Onde a esperança é a última que nasce

As areias do deserto presas em uma ampulheta

Medindo meu tempo ao contrário

Lugares escondidos atrás do espelho

Meus pensamentos formando o cenário

Que eu ainda não reconheci

Sonhos? Realidade?

Já não sei mais o que esperar

Já não sei mais o que desejar

Quando as portas de todos os contos se fecham

E eu devo adormecer sem nenhuma história escutar

E crescer acreditando...

Apenas no que meus olhos puderem testemunhar