Despojada.
Visto rosas negras nas mãos
Para seus pensamentos sugarem
Pouco de mim,
Conhecimento que o escapa.
Afasto pétalas, abro botões,
Retiro espinhos noturnos,
Engano sem jeito seu luar.
Sou cadeia de sonhos,
Campo de esperas, céu ventado,
Rio sem curvas, perigo sem mar.
É dia de olhar adiante
E não vesti o tecido do ontem
Para que não se ponha a lamentar.
As horas passam perdidas
E minha boca, profana liberdade,
É viagem ao mesmo ponto
De onde a louca acena ao sonhar.