Gaya

Sou selvagem, indomável,

trago o cheiro da vida recém criada.

Meu espírito abrasado, imutável

garante-lhe a existência pelo ar que exalo,

é minha a força que o sustenta em sua jornada.

A roda da vida, rodo exaustiva.

Visto-me da esperança dos sonhos mantidos

em rituais de fé que mantém minha vigília.

Sou o prumo que traz harmonia

curando as dores de seus passos sofridos.

Tenho a força que o seduz,

em minhas mãos calo a morte

dando-lhe por vestes um corpo de luz.

Guio seus passos em solos firmes,

abraçando o destino, faço sua a minha sorte.

Carrego comigo sua essência

libertando-o das amarras e temores.

Trago as respostas que busca com freqüência,

melodia que acalanta seu pranto

no mundo que recrio em novas cores.

Somos um recriando o universo,

em nossas mãos, a garantia da vida.

No coração do poeta, a rima do verso

despertando os olhos que cegos adormecem

no seio da mãe onde a imortalidade é contida.

Aisha
Enviado por Aisha em 12/01/2006
Código do texto: T97967