Gaya
Sou selvagem, indomável,
trago o cheiro da vida recém criada.
Meu espírito abrasado, imutável
garante-lhe a existência pelo ar que exalo,
é minha a força que o sustenta em sua jornada.
A roda da vida, rodo exaustiva.
Visto-me da esperança dos sonhos mantidos
em rituais de fé que mantém minha vigília.
Sou o prumo que traz harmonia
curando as dores de seus passos sofridos.
Tenho a força que o seduz,
em minhas mãos calo a morte
dando-lhe por vestes um corpo de luz.
Guio seus passos em solos firmes,
abraçando o destino, faço sua a minha sorte.
Carrego comigo sua essência
libertando-o das amarras e temores.
Trago as respostas que busca com freqüência,
melodia que acalanta seu pranto
no mundo que recrio em novas cores.
Somos um recriando o universo,
em nossas mãos, a garantia da vida.
No coração do poeta, a rima do verso
despertando os olhos que cegos adormecem
no seio da mãe onde a imortalidade é contida.