Ei, Mãe!

Ei, mãe!

Não sei o que é dar vida...

Não sou mãe,

Não sei qual é o medo sentido na primeira gestação

a expectativa, o primeiro enxoval

Não imagino a sensação de sentir o filho no ventre se mexendo

ganhando espaço, crescendo

Não sei o desespero ao ver que a febre não cede,

a medicação não faz efeito!

Aonde foi parar o Pediatra?

Eu não sei

Quantas preces doridas, do coração saídas,

tomada por preocupação

é tão tarde e o filho da balada ainda não chegou

Não sei a alegria sentida ao ganhar a primeira lembrancinha

rústica sem forma definida

Não sei o que é a lágrima derramada

de tanta alegria ao ver o filho crescer na vida.

Não sei,

não sei mesmo

a sensação de virar sogra ganhar genro e nora

tão de repente ao mesmo tempo

Não sei o sentimento de realização

Ao bailar na Formatura, céus cinco anos de luta!

E seu filho, a etapa mais importante venceu.

Mãe,

Eu não sei

Não senti tudo o que sentiste

Não sei da responsabilidade de sua dedicação

As lágrimas que derramou

A preocupação que meu atraso te causou

Não sei mãe,

Aonde e quando começaram a embranquecer

Seus cabelos ontem tão castanhos estavam

quero carregar-te em meu colo

abaixar seu colesterol com a força do pensamento

Mãe, quando foi que ruguinhas invadiram seu olhar

Viçoso e tão brilhante, com dom de acalmar todo meu receio

Quero que agora descanses e deixar que eu te cuide

Jamais será como cuidaste de mim

Pois não sou mãe:

Amor de mãe

É só mãe que tem.

Elisângela Martins

2008

ElisMartins
Enviado por ElisMartins em 07/05/2008
Código do texto: T979301
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