Sinal de tempos passados
Sinal de tempos passados
Tempos vividos de outras tantas maneiras
Tempo em que nem se podia imaginar o hoje
O hoje de outra maneira
Buscando sensações do passado
Olhando pequenos sustos do coração
Aquela vez que passava ao largo
Talvez na falta de coragem de olhar de lado
O quase medo de não querer acertar
Deixando tanto tesão reprimido
Olho de novo para frente
Fico sem fala de tanto tesão
Sim, são tempos diferentes,
Tantas carências foram mal supridas
Ainda hoje nos lamentamos
Sem muita vontade de lamentar
Batemos na boca várias vezes
Pensando no quanto aproveitamos
Caímos no bom da vida todos os dias
Olhamos incrédulos tanta paixão,
Tantas carícias, tantos beijos,
Por cima dos amargos de toda uma vida
Não, não desprezamos o passado,
Vivenciamos cada momento num presente de felicidade
Complementamos com novos experimentos
Com novos detalhes, novas descobertas,
Pegamos o acaso de uma proximidade
Pegamos o acaso, do acaso ao acaso,
E estamos em casa a pensar um com o outro
A se preocupar se chegamos bem
A ajudar, ajudando o outro,
Suplantando as cobranças sempre de praxe,
Dedicando horas, minutos, dias & os últimos anos,
Mais para alegrar a outra metade
Do que a nós mesmos
Não, não nos sentimos mal,
Sabemos que dentro de todos os limites
Libertamos nossos desejos, nossas loucuras,
Abrindo o coração para a mais pura paixão
Sem trazer marcas, mágoas & desesperos,
É no esmero de uma grande conduta
Que conduzimos com carinho uma paixão tão grande
Somando em vez de subtrair
Enriquecendo um convívio mútuo & gratificante
Buscando no impossível
O possível que a vida nos oferece
Tesão, paixão, amor & carinho.
Peixão89
Leves Fragmentos – 1999-2000