Um vento me bate no rosto...
Um vento me bate no rosto
Fino & fogoso, feito brisa ardente,
Há um beijo caliente
Outra luz dispara na distância
Facho perpétuo no horizonte
Não é sinal de chuva
Tão pouco um astro cadente
Sim, tem aquele sobre as ondas do mar,
De uma noite dessas de mão dadas
Um pulsar refaz toda a essência
Com outra luz que passa ao largo
Nuvem carinha a Lua
Nem mexo o olho para não perde a imagem
Pluma branca solta em lençóis
Raiando depois de um bom café
Passam semanas, meses, outro ano,
Revendo o encanto dos primeiros momentos
Ao sabor de muitas páginas escritas por outrem
Olho a tarde todos os dias
Da minha janela só vejo o cinza
Relembro as estrelas de noites passadas
Procuro os perfumes escondidos na roupa
Sonhando acordado com aquele refúgio
Não tão distante, do outro lado do mundo,
De um mundo que se cala para nós
Procurando sentido em cada movimento
Achando que não acha nada tão próximo
Nos culpam pela solidão
Nos culpam pelos exageros
Nos culpam pela demora todos os dias
Nos culpam por que amamos demais sem interferir
Nos cobram por aquilo que nem sabem o que querem
E rimos com todas as forças
Embriagados na fumaça de mais um cigarro,
Na cumplicidade do copo de água
De outra cerveja, em qualquer lugar,
Como se eu pudesse resistir ao seu sexo
Como se eu pudesse resistir ao seu encanto
Como se eu pudesse resistir a sua companhia
Como se eu pudesse ficar imune a tudo
Somos especiais, isso é certo,
Navegamos mares diferentes para nos encontrar nessa Ilha
Plantando o seu Jardim com todas as flores, cores & tons,
Ouvindo todos os sons sem receio
Gozando o bom da vida em cada momento
Isso é coisa de pele
É mais que a essência da vida
É a vida em sua plenitude
É o sabor exato, com seu tempero justo,
E se é preciso tudo isso para ser feliz
Que assim seja
O brilho dos olhos
Que me brilham os olhos
Brilha feito luz, paixão & amor,
Tanto carinho nunca é em vão.
Peixão89
Desabafos 2 – 1999-2000