QUADRO EXTASIANTE
Por trás do balanço dos galhos crescidos
das árvores fincadas no solo agreste
brilham e se escondem os raios solares
vitalizam os meus ricos olhos cansados
e alastram os efeitos por todo o meu ser.
Quão belo e sereno é o quadro à vista
e este cimento armado em formas criado
pelo homem-irmão, o engenheiro inspirado
acolhe-me este banco e nele solto os músculos
e vou pela longitude do tempo e volto
desintegro e integro esta matéria sofrida.
Meus olhos vão além na extensão azulada
do alto celeste - horizonte imenso -
as nuvens se deslocam e às vezes parecem paradas.
As negras aves em seus vôos macios
e aqui embaixo, além das árvores fincadas
o Rio Poty e o verde das matas afins
as cores diversas da beleza das flores
os animais gritantes e outros muito calados
os abrigos/as veredas/os relevos à mostra
o ar abundante e carinhosíssimo comigo
e eu, partícula mínima dentro deste contexto
e outros irmãos ocupantes desta área propícia
e o sentir plenamente do Cristo infinito.
Teresina, Parque da Cidade, 04 de dezembro de 1983.
(Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, página 84.)
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