QUADRO EXTASIANTE

Por trás do balanço dos galhos crescidos

das árvores fincadas no solo agreste

brilham e se escondem os raios solares

vitalizam os meus ricos olhos cansados

e alastram os efeitos por todo o meu ser.

Quão belo e sereno é o quadro à vista

e este cimento armado em formas criado

pelo homem-irmão, o engenheiro inspirado

acolhe-me este banco e nele solto os músculos

e vou pela longitude do tempo e volto

desintegro e integro esta matéria sofrida.

Meus olhos vão além na extensão azulada

do alto celeste - horizonte imenso -

as nuvens se deslocam e às vezes parecem paradas.

As negras aves em seus vôos macios

e aqui embaixo, além das árvores fincadas

o Rio Poty e o verde das matas afins

as cores diversas da beleza das flores

os animais gritantes e outros muito calados

os abrigos/as veredas/os relevos à mostra

o ar abundante e carinhosíssimo comigo

e eu, partícula mínima dentro deste contexto

e outros irmãos ocupantes desta área propícia

e o sentir plenamente do Cristo infinito.

Teresina, Parque da Cidade, 04 de dezembro de 1983.

(Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, página 84.)

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 06/05/2008
Reeditado em 22/10/2011
Código do texto: T976990
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