Estranha Loucura

Rasguei o véu da mordaça

Pisei nas chagas da dor

Abortei o amor

Plantei uma flor

Renasci no feto da vida

Extirpei todas as feridas

Sou luz!

O hoje me seduz

O futuro reluz

Dane-se a maldita tristeza

Curvo-me diante da nobre

realeza do novo dia

Não vou mais chorar

Eu quero é gargalhar

O mundo ironizar

Antigas primaveras exilar!

Sou uma insana criatura

Visto-me com os trapos

da loucura

Uso palavras impuras

Despidas de ternuras

Se as cores hipócritas da canduras

Quero os versos amargar

Meu ódio destilar

A alma lavar e o coração perfumar

Deixar o mundo a se questionar

O que leva um poeta a vida inventar?

Quer com os sonhos brincar?

Ou a dor ocultar?

17/11/2004

Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 04/04/2005
Código do texto: T9764