Espaços vazios

Abra tuas asas imaginação

Brinde-me com a chuva dos novos tempos

Através desses olhos castos

Forneça-me a mais doce anunciação

Faça desses espaços vazios

Campos vastos

Repletos de versos sem razão

Eu que nunca pedi palavras doces

Eu que sempre usei estas lágrimas

Para compor minhas sinfonias

Hoje alimento-me de circunstâncias

E observo o nada...

Esperando momentos que me sirvam de poesias

Como se o vento de outrora

Já não fosse mais o mesmo

Como se a menina dentro de mim

Já não soubesse mais cantar

Algo deixa meus sentidos a esmo

E meu coração é o último a latejar

Minhas veias não pulsam inspiração

As vozes ao meu redor

Já não me confidenciam nada

E apenas restou uma fábula inacabada

E estrofes sem nenhum final

Que as estrelas tenham o antídoto

Que a solidão me dê abrigo

Há um veneno me consumindo...

Eu imploro que a magia caminhe comigo

E que ilumine meus pensamentos

Com qualquer sonho partido...