POR UM CÉU SEM GRADES - ii
Frente a rua,
com as mãos agarradas as grades
da prisão domiciliar
que me separa do mundo.
Uma estranha sensação
que domina,
medo de sair,
medo da liberdade
com que tanto sonho,
e que agora cheira a algo
que fica guardado a sete chaves.
Os olhos observando o espaço,
calculando os riscos,
fortalecendo a coragem
com a qual se enfrenta
o intolerável tédio
por estar trancado.
Quando o portão finalmente se abre
a vida se oferece
com infinitas limitações,
pois as asas já foram cortadas.