Meus Pés

Na sublime caminhada

a carcomer meus pés já calejados,

com poeiras expandidas

pela dor de um passado,

veio à tona pós a alegria

um sabor ultrajado

pelas vitórias combatidas

só me lembro dos arruinados.

Falta leite, há carência de pão

na palavras distribuídas

morrem sem palavras do irmão,

apertado triste chora,

um coração desobrigado,

por ver um desabrigado

farroupilho maltratado,

Lázaro moribundo,

porém sem pecado.

Falecido, e jaz em seu reino

por acreditar no santificado,

mas nós ignorantes,

nos passos errantes,

cairemos no buraco!!!

Chora e despenca

dos altares do meu corpo

batizando o meu rosto,

com as águas do rio de lágrimas,

que desce face abaixo...

Não sou de fazer grandes rimas,

mas hoje fui obrigado!!

Espero que compreendam

este triste pobre coitado!

Não posso nem reclamar

porque o justo

teve as mãos e os pés perfurados...

-- Ludiro

Ludiro
Enviado por Ludiro em 02/05/2008
Código do texto: T972451
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