AMARGURA - Regina Lyra

As suas frases

saíam como lagartos,

estampados na desesperança

do nada.

Inútil remar

na tempestade

da agonia.

Girar os olhos

soltar as amarras

do choro,

deixá-lo ir

em plena ventania.

Livrar o coração

das imagens do socorro,

virar a página

do descrédito da estória.

Pensar no afeto

do passado morto,

do presente morno,

UTI fantasmagórica

sentimentos terminais.

(Lyra, Regina. Insensatas Palavras. João Pessoa: Ed. Universitária, 2003).

Regina Lyra
Enviado por Regina Lyra em 11/01/2006
Código do texto: T97122