AMARGURA - Regina Lyra
As suas frases
saíam como lagartos,
estampados na desesperança
do nada.
Inútil remar
na tempestade
da agonia.
Girar os olhos
soltar as amarras
do choro,
deixá-lo ir
em plena ventania.
Livrar o coração
das imagens do socorro,
virar a página
do descrédito da estória.
Pensar no afeto
do passado morto,
do presente morno,
UTI fantasmagórica
sentimentos terminais.
(Lyra, Regina. Insensatas Palavras. João Pessoa: Ed. Universitária, 2003).