APOLOGIA AO RIO TIETÊ
Ontem...
Quem eras tu Tietê?
Que tinhas límpidas águas
Quando Deus te criou
Por onde uma Jangada
Um dia, talvez navegou.
População ribeirinha
Ao seu lado morou
Poeta e pensador
Em ti já se inspirou.
Hoje...
Quem és tu Tietê?
Águas sujas e barrentas
Cheio de latas barulhentas
Maus odores que,
Cada vez mais aumenta
Triste sorte tu tivestes...
Até quando tu agüentas?
Amanhã...
Quem serás tu Tietê?
Serás límpido de novo?
Espelharás a face do povo?
Terás a pureza dum ovo?
Ou continuarás dormindo
Na morte submergindo
Numa saudosa recordação
Do tempo que eras tão lindo?
Leo Rodriguez – 26.12.1990