POR UM CÉU SEM GRADES
A cabeça no meio das mãos
e os olhos trazendo o mar,
enquanto o vazio preenche
o pouco que resta deste dia.
Acabar, mesmo antes do fim.
Vida, realidade fictícia, vida
inquieta ao não poder respirar
por não ter saída alguma
deste mundo de incompreensões
e amores criminosos, imundos,
em que não podemos expressar
nossos desejos por serem puros.
A necessidade de pseudônimos
para ocultarmos nossas paixões.
As palavras ganham as ruas
oferecendo uma forma possível
de resistência diante da violência
silenciosa que sofremos por
conta de nossa voz incômoda.
Não mais marionetes, nem calados,
toda opinião será considerada.