Rompantes!

Torpedos insanos para trêmula retina

Vingativos palpitando na letra errada

Corisco engaja a veia no colar

Lápis apontado para a saída do Metrô

Vaga-lumes espreitam o cair noturno

Piras assoviam juras para o barqueiro

Pernas fechadas, olhos profundos...

Reclames pelo dia, encurtam a noite...

Famigerados galopes em alta tensão

Vespeiro em fuga na estrela cadente

Tiradas sarcásticas nas dobras da canção

Solto o lamento na tela branca

Esperas de acenos teclados e mal-vistos

Infames recortes a beira do abismo

O anel solitário vomita pela vida privada

Traficantes de sexo anexam poeminhas

Fartas tetas alimentam vagabundos

Cara de cão para outra porta fechada

Sentidos complexos a espera de um toque

Blusa aberta para abafar a seca garganta

Novas lamúrias sobre o fio dental

Bundas balançando no escopo da prancha

Peso acorrentado com vista para o mar

Cristais partidos na Serra da Mantiqueira

Paulicéia desvairando por novas liras

Palafitas se aprofundam no Planalto Central

Catarse na fila do banco, sem fundo a perder...

Máculas por leituras, textos cátaros...

Madeixas presas como a língua solta

Você esperando mais um carinho

No córtex uma válvula de escape

Da vulva raspada, vertigens espartanas...

Conexão sem tempo para retorno

Filosofias descendo o esgoto

No escroto vórtice da fina estampa

Maldições para tantos segredos

Vendedores de ilusões na cerca de fora

Insucesso subindo a pressão arterial

Palavras paradas em pleno computador

Dorei aflito a pílula & como mangusto

Filando doutrinas para seixos & etnias

Vagarosa Lua desperta um beijo

Sinal de trânsito empaca a via

Tampas & legumes voando pela janela

A tez que brilha no olhar que caminha

Superior cursado, falha do sistema...

Voz que apresenta um uivo nesta noite

Outro jazz para tombar o copo

Brasas acessas na Serra do Mar

Fiadas conversas sobre danos & estragos

Vida alheia passando na TV

A rádio peão toca a última notícia

Quanto tempo para ficar sem um emprego?

Do alto da nau escura, apenas lampejos & trovões... E o mar a vista!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 10/01/2006
Reeditado em 10/01/2006
Código do texto: T96923
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