Marionetes

Da fresta da minha janela vejo o mundo girando,

conturbado e perdido.

Meu pensamento pousa no infinito

onde espio insensatamente o abandono,

a poluição, a pichação e a destruição

que fica lá no fundo

nos muros desse velho mundo.

As pessoas transitam pelas ruas, alheias a tudo,

deixando serem movidas apenas pelas ilusões.

Pobre gente! Desfilam alegorias

forçadas na ginga da anca morena,

ao som de passos cadenciados pela decepção!

E, mesmo assim, seguem vaidosos,

marcando uma geração vazia.

Espio com olhos cansados

à meia-luz da madrugada, ouvindo galos.

Depois de tudo calmo, dormem os homens...

E o pensamento farto de sonhos

salta para o vácuo e voa com o vento.

bette vittorino
Enviado por bette vittorino em 30/04/2008
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