Pausa para o samba

Deixe-me cantar o meu samba,

do jeito que me der na telha.

Porque sou antes de tudo mal-criado,

e não estou disposto a nagociar.

Samba-se muito nestas bandas de cá,

onde até os insetos já têm gingado.

Então nada mais justo que eu,

pouco mais que inseto impertinente,

incomode com meu samba de zumbidos.

E após sambar, os pés já gastos,

cair exausto numa calçada qualquer,

bebendo água que passarinho não bebe.

Ahh, o samba. Se não fosse ele,

como justificar este molejo?

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 30/04/2008
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