INCONSCIENTE POEMA
Refugio-me nos porões do inconsciente
E encontro o eco de tantas sensações...
As pessoas passaram.
As sensações não.
São elas que nos aprisionam
Não as pessoas.
Pessoas são pássaros-arautos que voam
Por sobre nossos dias,
Descansam junto a nós
Num breve pouso,
Deixam notícias
E seguem viagem...
Umas boas,
Outras doídas...
Sensações.
Separá-las dentro de nós
É uma arte difícil
Para os poucos artistas
Que a vida produz...
Somos muitos aprendizes
A misturar os matizes
De doçura
(separar a ação)
De amargura.
Pintores principiantes,
Malabaristas em treino,
Atores de feiras,
Músicos diletantes.
Refugio-me nos porões do inconsciente
Porque no labirinto de meus mares
Talvez encontre a âncora
Para atracar meu barco
No porto que quero,
E, serena,
Poder repousar.
São Paulo 18SET2005