CHAMAMENTO
No meu cansaço cruel, te vejo
e te chamo para perto de mim
e vou por caminhos tortuosos e retos
no intuito do querer-te sempre.
Por acaso estás a sentir o mesmo
ou quedas-te noutras matas verdejantes
sem o perigo que te ofereço, a cada gesto?
Acolho-te nos meus braços sadios
sustentáculos do aquecimento forte
implantados num corpo vibrante
possuído de acessórios aptos
do gritarem e do silenciarem, nas horas certas
e do querer-te, único, entre ilusões fúteis.
Teresina, 25 de outubro de 1982.
(Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, página 71.)
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