Novo homem, novo tempo
Corre do seio o leite que sustenta os rebentos em paz,
prole de terra em desterro, fruto de um ventre qualquer,
faz alusão ao caminheiro que busca o que perdido se foi,
ser ou não a razão da vida e espera ser a verdade que quer.
Solto meu canto nos encantos que a noite me traz,
luas de acalanto, mares sem pranto, uma imagem única,
um corpo, um sopro e no beijo solto, o nu sacrossanto
rasgando o segredo que traz o peito envolto em fria túnica.
Fecho os olhos, talvez tentando ainda ver em mim
resquícios de insana sobriedade, um pacto, uma verdade,
um sopro sem tempo coroando o corpo que aflora em sim,
anistia à louca, amante vívida no inteiro que pontua sua metade.
Onde anda o santo que mostrará o eterno que abriga em si?
Será de momento o sonhado que nunca deixou sucumbir
os próprios devaneios revelados pelas asas da liberdade que sorri
ao ver fendas da verdade, o novo homem que começa surgir.