INSÔNIA

Já é bem tarde,

inúmeras e malsucedidas vezes

tento dormir.

Irracionalmente irritada,

levanto, ando em círculos.

Desvencilho-me do quarto,

que insiste em me prender.

Sinto-me suficientemente forte,

atraída pelos mistérios noturnos.

Ando até o jardim.

É a liberdade inconfundível,

da escura, iluminada

e desconhecida noite.

Ao mais leve sopro do vento,

recarrego minhas energias.

Minha atenção se volta,

às centenas, milhares, milhões...

de pontos flutuantes,

que povoam a Via Láctea.

Quantas lembranças eu guardo,

do meu canto favorito,

onde a contar estrelas

dei vazão a fantasia

e prometia a mim mesma

que no dia seguinte continuaria.

A história se repete

e sinto uma paz infinita,

fecho os olhos lentamente,

eles não querem se abrir.

volto à minha cama.

Ah! Que sono...