BALANÇAR DOS CORPOS
Do entregar-me, por querer,
e do jogar-me, nos teus braços
e do balançar dos nossos corpos
num ritmo acelerado de prazer
e do esconder do meu rosto em teu corpo
revestido inteiramente por espessos cabelos
exalantes aromas de inconfundível cheiro
a incluir a temperatura que não queima
e o adormecer pleno após a forte labuta
e do balançar dos nossos corpos
e da vontade de uni-los num só
e na ânsia fremente do buscar longe
e do respirar descompassadamente
e das palavras involuntárias à tona
e do não saber plenamente do prazer sentido
corpos e almas embalados
musicados e harmoniosamente dosados
no prazer mais fecundo vindo dos céus.
Ó Deus! Céus! Firmamento inteiro!
Inconfundíveis! Grandiosos! Perenes!
Lavai a extensão dos nossos corpos
e juntos permaneçam até a morte
e após a mesma se juntem à essência maior.
Teresina, 20 de julho de 1982.
(Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, página 56.)
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