reflexão
Transcendo para o núcleo da célula
e para a gênese do meu sonho.
Hipnotizo a consciência inventada
e meu sofrimento mais medonho.
Quero o pensamento digerido;
a pergunta sempre respondida;
o futuro bem idealizado
e a angústia nunca resolvida.
Amo a mágoa daquela traição
que revela o amor jamais anunciado.
Desejo o beijo muito inventado,
mas utopicamente esperado.
Preciso deste buraco negro
que absorve a finita matéria
para absorver todos os horrores
e atrair minha infinita miséria.
E aceito qualquer desolação
que permita o auto conhecimento
derivado de uma ínfima vida
em perpétuo recolhimento.