FIDELIDADE IRRISÓRIA

É nisto que teima
ó santa persona,
entregar-se a religiões
e amores tão dessemelhantes.

Logo eu que na tua busca - vivo sob um céu asfixiante. 

Diz-me o silêncio - e por vezes comuto das cartas do tarot;
noutras da session espírita, dum têrecor com tambor.

O grito mudo do místico determina o meu itinerário -
conchavo ao pai-de-santo um "servicinho" aos orixás. 

Ave  ferida sangro - e ao padre confesso  a 
comunga em pública compunção.

Ah! És tu então carola santa
que reza missa e ao concílio do meu coração manda líricas cantatas?

És tu que fazes promessas ao santo anjo da minha paixão e não faz paga do meu amor.

Não! não ides,
não foges em revoada,
em busca d'águas místicas do oriente, lá há sentimentos que nem o divo compreende;

Não ralha,
há de surgir-t ' o gigante  frio do Tibet,
e o Dalai Lama a repetir um mantra: "entre o céu e uma fidelidade irrisória, não existe o amor". 

Só multi-sincretismo e  contradições.

Amor supremo e verdadeiro é infindo e leal.


SERRAOMANOEL - SLZ/MA - TRINIDAD - 23.04.2008.
serraomanoel
Enviado por serraomanoel em 23/04/2008
Reeditado em 05/05/2008
Código do texto: T958004
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