BORBOLETAS

Cada bilhete, cada lembrança

espalhei por entre livros e gavetas.

Como se fora inda criança,

prendi-os como borboletas...

Nunca mais as vi. Perdidas

nas brumas do tempo-espaço

voam em sonhos, dormidas

na memória, em suave regaço.

Estão lá... esquecidas...

quietas, embalsamadas.

Esperam, talvez, que outras vidas

as tornem, de novo, aladas.

Libertas, cada uma por vez,

poderão, enfim, revelar o amor

escondido, por lucidez,

para um sempiterno alvor...